(APS 1/3/11) ARGEL – As relações entre a Argélia e Portugal
”intensificaram-se muito” estes últimos anos, nomeadamente
no plano económico, indicou na segunda-feira em Argel,
o Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa,
Luis Filipe Marques Amado.
(APS 1/3/11) ARGEL – As relações entre a Argélia e Portugal ”intensificaram-se muito” estes últimos anos, nomeadamente no plano económico, indicou na segunda-feira em Argel, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, Luis Filipe Marques Amado.
“No âmbito das relações bilaterais, que se intensificaram muitos estes últimos anos, pude transmitir ao Presidente Bouteflika a nossa vontade de continuar a trabalhar com a Argélia e o seu governo no desenvolvimento destas relações” declarou Luis Amado à imprensa no final da audiência que lhe foi concedida pelo Chefe de Estado.
“As relações económicas intensificaram-se muito graças à confiança que fomos capazes de gerar ente as nossas instituições, os nossos governos e as nossas empresas” disse, expressando o desejo do seu país em continuar, nesta perspectiva, a saber trabalhar de maneira “muito próxima” com as autoridades argelinas.
Por outro lado o chefe da diplomacia portuguesa indicou que teve o privilégio de escutar a visão do Presidente Bouteflika dos problemas do mundo “em particular numa época importante de transformações históricas, na região e no mundo árabe”. Acrescentou que estas transformações “afectam naturalmente as relações estratégicas e de longa data entre o Ocidente, em particular a Europa, e esta região do mundo”.
“Sublinhei, várias vezes, que provavelmente estamos numa fase de grandes desafios históricos, provavelmente o maior depois da Segunda Guerra Mundial, e somente comparável à queda do muro de Berlim e ao colapso do império soviético”.
Neste âmbito, Luis Amado salientou a necessidade de criar um clima de cooperação e de diálogo entre as duas margens do Mediterrâneo “se queremos controlar todas as situações que se desenvolvem nas relações estratégicas entre a Europa e o Mundo árabe”. O responsável português afirmou ainda que cada país tem a sua especificidade histórica e política e que as situações “não são comparáveis”.
Relativamente ao caso da Argélia, salientou que o país “fez a sua trajectória política particularmente na última década, que o diferencia bastante de outras situações de proximidade na região que não tiveram a ousadia de fazer as reformas necessárias para adaptar os sistemas políticos a uma realidade que muda muito rapidamente”. “Hoje em dia, os maiores desafios dos políticos consistem em estarem à altura da dimensão das expectativas das novas gerações e das sociedades, de se adaptarem e agirem depressa em relação ás mutações do ambiente económico, estratégico e político” acrescentou.
“Creio que a Argélia fez o seu trabalho e continua a fazê-lo para se adaptar o mais rapidamente possível às mudanças que estão aí e cujas respostas são incontornáveis hoje em dia”, disse, salientando as medidas tomadas pela Argélia nos planos político, económico e social.